Da cópia à inovação: investimentos e consumo colocam China na rota do desenvolvimento tecnológico
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Nas últimas décadas do século 20, Japão e depois Coreia do Sul usaram a boa relação que mantinham com o capital europeu e principalmente americano para desenvolver sua produção nacional. Na fase mais incipiente de suas indústrias, japoneses e coreanos tinham seus produtos classificados como de segunda linha pelos consumidores ocidentais. Hoje, ninguém classifica os carros da Toyota e os smartphones da Samsung como de qualidade inferior aos equivalentes ocidentais.
A indústria chinesa de alto valor agregado segue o mesmo caminho. Os smartphones chineses, por exemplo, já começam a expandir seus domínios para a Europa e para a América graças a décadas de bom relacionamento entre a China e as empresas ocidentais, que ao levarem sua produção para o País permitiram à China absorver conhecimento e tecnologia para desenvolver seus próprios produtos. No 19º Congresso do Partido Comunista, em 2017, o presidente do País, Xi Jinping, anunciou a ambição da China em se tornar o principal polo tecnológico do mundo até o fim da próxima década, quando o País também deve chegar à posição de principal economia do mundo, segundo estimativas do FMI e do HSBC.
De Mao a Ma: como a China trabalha para tomar o posto de maior economia do mundo
A especialização da indústria chinesa tem sido o principal motor do crescimento das vendas cross-border. Em 1979, a China tinha apenas 1,02% do comércio internacional. Em 2008, passou a 6,9%. No âmbito de investimentos estrangeiros diretos (IED), o país tinha, em 1990, 7,2% dos investimentos estrangeiros no mundo, saltando para 25% já em 2000. Os dados foram compilados com base nos números oficiais chineses na obra “China: Infraestruturas e crescimento econômico”, do professor de Planejamento Econômico da FCE/UERJ, Elias Jabbour.
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