Companhia aérea asiática usa câmera para monitorar passageiros em vôo

Companhia aérea asiática usa câmera para monitorar passageiros em vôo

Cathay Pacific assumiu que capta informações dos clientes através de câmeras na aeronave e do sistema de entretenimento.
A companhia aérea de Hong Kong, Cathay Pacific, reabriu o debate sobre vigilância em aviões após revelar que utiliza seus sistemas de entretenimento e câmeras de vídeo para gravar os passageiros durante a viagem.

Na última política de privacidade da empresa, divulgada no final de julho, está especificado que são coletadas imagens de passageiros a bordo, informações sobre o uso do sistema de entretenimento a bordo e como os viajantes passam o tempo durante o voo.

“Estamos alinhados com a prática padrão, visando a segurança de nossos clientes e a de nossos funcionários, por isso existem câmeras instaladas nos aeroportos e no interior das aeronaves (uma câmera posicionada perto da porta da cabine)”, disse um porta-voz da Cathay Pacific ao portal CNN Travel.

No documento sobre a política de privacidade, a companhia diz que a coleta de dados foi projetada para melhorar a experiência de voo e que os dados podem ser compartilhados com parceiros terceirizados para fins de marketing.

“Manteremos seus dados pessoais pelo tempo necessário”, informa a empresa.

Privacidade em risco?

Não é a primeira vez que a Cathay Pacific se envolve em escândalos envolvendo a privacidade dos seus clientes. Em outubro de 2018, a companhia relatou uma violação de dados que pode ter impactado cerca de nove milhões de passageiros.

A Cathay Pacific esclarece que as informações coletadas ficam armazenadas em servidores seguros e reconhece que “nenhuma transmissão de dados pela internet, site, e-mail ou outro serviço de mensagens é totalmente seguro contra invasões”.

Vitaly Kamuk, especialista em cibersegurança, explicou à CNN Travel que existe, sim, o risco das imagens coletadas caírem em mãos erradas.

“O risco real vem da possibilidade de um acesso não autorizado a essas informações por alguém com intenções maliciosas. Enquanto o sistema de entretenimento a bordo estiver conectado à internet, existe a chance, mesmo que remota, de sofrer com hackers e espionagem”.

A empresa que fornece alguns dos sistemas de entretenimento para a Cathay Pacific disse anteriormente que os temores de vigilância e violação são “um pouco exagerados”. E que, em breve, câmeras de assento serão incorporadas, oferecendo inclusive a possibilidade de uma videoconferência entre passageiros, entre outros usos.

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